CONTROLE MICROBIOLÓGICO EM COSMÉTICOS

Maio/2022

Dra. Karla vai esclarecer sobre uma prática muito importante na Indústria de cosméticos, controle microbiológico.

É de conhecimento comum que a propagação de microrganismos em cosméticos no geral, pode favorecer a sua deterioração, causar mudanças nas propriedades físico-químicas, além de riscos a infecções para o consumidor. Deste modo a investigação da presença/ausência destas colônias em artigos cosmetológicos, traz à tona a necessidade da aplicação de uma metodologia precisa, assim como regulamentação que indica qual protocolo a indústria deste seguimento deve percorrer, para garantir assim sua aceitação no mercado de consumo, no corpo médico e científico.

A contaminação frequente por bactérias e fungos em processos de produção pode desencadear diversos danos, uma vez que sua disseminação pode ser ocorrida desde manipulação de matéria-prima sem uso de EPIs, até a má higienização do ambiente de fabricação. Em particular, a água e os extratos vegetais e outras formulações de origem natural podem ser grandes veículos de crescimento desses microrganismos, logo sua preservação deve ser realizada de maneira criteriosa e com alto rigor, para que se evite obter um produto final que possua alta carga microbiana (OLIVEIRA, ROSSATO & BERTOL, 2016).

No Brasil a legislação - sobretudo, ANVISA - ampara os fabricantes de cosméticos com normas e padrões de qualidade, que tem como objetivo propor as Boas Práticas de Fabricação e Análise Microbiológica em Cosméticos, desta maneira a Resolução n° 481/1999 e suas respectivas atualizações, definem quais os parâmetros de controle para a produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria. De maneira geral, a presença das bactérias Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus ou demais Coliformes (Mesófilos aeróbios) devem estar isentas em qualquer fabricação, uma vez que há patogenicidade potencial nestes organismos, podendo promover infecções do trato respiratório e gastrointestinal (RDC, 1999; DA SILVA, 2014; OLIVEIRA, ROSSATO & BERTOL, 2016).

Cabe salientar, que as tecnologias e formulações atualmente são auxiliadas com substâncias de características conservantes, que podem inibir a proliferação destes patógenos, entretanto, esses conservantes não devem ser aplicados como uma ferramenta de correção da qualidade. Assim, cabe ao sistema produtivo garantir métodos de desinfecção, sejam eles químicos (ex: Álcool 70% ou Hipoclorito de Sódio) ou físicos (calor seco/úmido ou radiações ionizantes) para se obter um sistema de trabalho com os demais pré-requisitos de qualidade (MOUSSAVOU & DUTRA, 2012).


Referencia:

Dra. KARLA THAÍS DE CASTRO SILVA

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA COSMÉTICA

Artigo científico apresentado ao curso de Biomedicina da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.

PARTE 1

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